As pandemias e as mudanças climáticas, são causados pelo abuso dos recursos naturais, maus padrões sanitários e de saúde. Como resultado, ambas são e continuarão sendo recorrentes, com maior freqüência e cada vez mais onerosas.
Veja o custo da Covid-19. Além de causar uma profunda recessão, provocou um colapso dos preços de commodities, como petróleo e metais industriais, cuja demanda diminuiu. Além disso, para evitar riscos, as economias avançadas tendem a levar a produção para mercados domésticos a fim de se proteger de eventuais riscos de abastecimento.
Neste cenário o agronegócio brasileiro não está imune. Veja o exemplo da Holanda e o intensivo uso de tecnologia, tais como manipulação genética e inteligência artificial. Com um território 230 vezes menor que os Estados Unidos e mão de obra cara, no ranking global de exportação de produtos agropecuários, é um gigante.
Porém essa tendência de adoção tecnológica acelerará o ritmo da automação e não o aumento dos empregos, aumentará o distanciamento dos países no comércio, tecnologia, investimento, dados e acordos monetários, pressionando os salários para baixo e elevando o desemprego.
Com milhões de pessoas perdendo seus empregos ou tendo sua renda diminuída, as diferenças de “renda” e “riqueza” da economia se ampliarão. A perda de renda para muitas famílias e empresas tendem a gerar uma inadimplência em massa entre outros reflexos.
À medida que os bancos centrais tentam combater os efeitos das crises, os governos elevarão os déficits fiscais para evitar depressão e deflação. No entanto, os choques permanentes e o protecionismo renovado tornarão a estagflação quase que inevitável.
O novo normal será marcado por restrições mais rígidas ao movimento de bens, serviços, capital, trabalho, tecnologia, dados, informações, perda de renda, estagnação econômica e inflação.
E o agronegócio brasileiro?
Diante deste cenário, só é possível afirmar que o setor de tecnologia privada se tornará cada vez mais importante e integrado as cadeias produtivas e de segurança alimentar.
Que a adoção da gestão dos riscos pelo agronegócio brasileiro será um fator determinante para a obtenção dos investimentos necessários em tecnologia e na obtenção dos resultados esperados pelos investidores.
A próxima revolução verde pode não ocorrer no Brasil sem os investimentos necessários. Pode ocorrer em nossos consumidores.